"A pele é o maior órgão do corpo humano, em extensão e
volume, e por estar em constante contato com o meio externo, está sujeita a
vários tipos de agressões. As manchas são alterações na coloração da pele que
podem aparecer em qualquer idade e apresentar diferentes tonalidades.
Representam um problema na vida de homens e mulheres, podendo ser fonte de
grande angústia e sofrimento dependendo de sua localização e características.
Entretanto, a maior preocupação é com o temido câncer de pele."
As causas são variadas, como: alterações na produção de
melanina (pigmento da pele), infecções (micoses, vírus), distúrbios hormonais
(cloasmas), alterações vasculares, tumores, exposição ao sol e marcas de acne.
Muitas vezes elas se acompanham de outros sinais e sintomas, o que pode ajudar
na definição de sua causa.
Seja qual for o tipo de mancha é importante consultar um
médico assim que ela for notada, especialmente quando ocorrer qualquer mudança
em suas características ou aparecimento de sintomas associados que até então não
existiam. Lembre-se que o diagnóstico precoce é essencial para o tratamento de
vários tipos de doenças.
As "pintas" ou nevos melanocíticos são extremamente comuns,
podendo apresentar-se em diferentes cores, tamanhos e formatos. Podem ser
elevadas, achatadas, sozinhas ou agrupadas, e surgem em qualquer parte do corpo.
Sua ocorrência e distribuição é determinada geneticamente, antes do nascimento,
e elas surgem mais freqüentemente nas duas primeiras décadas de vida, podendo o
seu número ser aumentado por alguns fatores, como a exposição ao sol, o uso de
anticoncepcionais e a gravidez.
Na maioria das vezes as "pintas" não representam problema
algum, embora exista uma grande preocupação das pessoas quanto ao
desenvolvimento de câncer de pele. Porém, apenas alguns tipos apresentam risco
aumentado de câncer, como por exemplo: as "pintas" que já existem desde o
nascimento, especialmente se forem maiores que 20 centímetros; aquelas "pintas"
chamadas de atípicas, com formato e bordas irregulares e tonalidades diferentes
em seu interior; os nevos que ocorrem em áreas que sofrem trauma constante e nas
mucosas oral e genital; e também os nevos que ocorrem nas unhas, os quais se
manifestam freqüentemente como uma faixa escura.
A grande maioria das "pintas" não requer tratamento, devendo
ser abordadas apenas aquelas que estejam aumentando de tamanho, mudando sua
forma ou coloração, apresentando sangramento, coceira e dor. Além disso, os
nevos que aparecem após os 20 anos de idade devem ser acompanhados de perto por
um dermatologista.
Quando realizado por motivos estéticos, o tratamento pode ser
feito por método de shaving (remoção do nevo por tesoura ou bisturi
paralelamente à pele, semelhante ao ato de barbear) ou excisão com bisturi
seguida de sutura. Quando se suspeita de transformação em câncer, o tratamento
indicado é a excisão com bisturi seguida de sutura. O procedimento é realizado
sob anestesia local, é muito rápido e a cicatriz geralmente é imperceptível.
As sardas são causadas por aumento de pigmento da pele em
determinados locais, apresentando uma tendência familiar, principalmente em
indivíduos de pele clara e de cabelos ruivos. Elas localizam-se em áreas
expostas ao sol, acentuando-se durante o verão e regredindo, podendo até
desaparecer, no inverno. Caracterizam-se por manchas arredondadas e de coloração
marrom ou acastanhada.
Essas manchas não apresentam risco aumentado de evolução para
câncer de pele, no entanto, sua presença em grande quantidade pode representar
um marcador de risco aumentado, já que seriam encontradas em pessoas de pele
clara e com história de exposição prolongada e desprotegida ao sol.
O tratamento consiste basicamente em se evitar a exposição ao
sol, conseguindo-se o clareamento das manchas. Entretanto, algumas terapias
podem acelerar esse processo, como o uso de protetor solar, o uso de substâncias
despigmentantes associadas a ácidos e a técnica de peeling.
Com certeza isso já aconteceu com você ou com alguém
conhecido. Essas manchas aparecem quando expõe-se ao sol a pele que teve contato
com certos tipos de plantas ou sucos de frutas cítricas (limão, laranja,
tangerina) e representam uma manifestação alérgica. Podem ocorrer também após
contato com perfumes e refrigerantes, sendo chamada nesse caso de fotomelanose.
Caracteriza-se por manchas escuras e de formatos variados,
principalmente nas mãos e lábios. Em casos mais graves, podem surgir manchas
mais avermelhadas e até mesmo bolhas, acompanhadas de coceira e ardência.
O desaparecimento das manchas ocorre espontaneamente e de
forma gradual. Recomenda-se o uso de protetor solar, podendo também ser
utilizadas substâncias despigmentantes para acelerar o clareamento. O mais
importante é a prevenção, evitando a manipulação dessas frutas antes de se expor
ao sol, pois mesmo a lavagem do local pode não evitar o desenvolvimento das
manchas.
São chamadas de cloasmas e caracterizam-se por manchas
escuras ou acastanhadas na face, principalmente nas bochechas, testa, nariz,
lábio superior e têmporas. O fator iniciador é a exposição solar, mas também são
importantes à predisposição genética e as alterações hormonais características
da gravidez. As lesões podem ser de grande extensão, com bordas irregulares e
com pontilhado pigmentado.
Podem ocorrer associadas ao uso de anticoncepcionais e também
em homens, embora em menor freqüência, sendo chamadas nesses casos de melasmas.
O cloasma pode regredir espontaneamente após o término da
gestação, mas o tratamento pode acelerar o processo, com o uso de protetor
solar, substâncias despigmentantes e peeling. Após a regressão do quadro, o uso
do protetor solar deve ser mantido para evitar a recorrência, que é comum. Para
prevenir o problema, a mulher grávida nunca deve se expor ao sol sem o uso de
protetor solar.
As manchas senis ou melanose solar são freqüentes em
indivíduos de idade mais avançada. Entretanto, elas não são causadas pela idade
e sim pelo dano causado pela exposição ao sol ao longo de vários anos.
São manchas escuras, acastanhadas, geralmente de pequeno
tamanho e limites precisos. Surgem apenas nas áreas de maior exposição ao sol,
como braços, mãos, face, ombro e colo. Além disso, são mais freqüentes em
pessoas de pele mais clara.
Mais importante que o tratamento é a prevenção, que é
conseguida pelo uso contínuo de filtro solar, no dia-a-dia. Existem vários
métodos de tratamento, como a cauterização química (a mancha é "queimada" com o
uso de alguns produtos), criocirurgia (a lesão é destruída com o uso de um jato
de nitrogênio gelado), dermoabrasão (a pele é "lixada"), peeling e laser. Os
resultados dessas técnicas são bons, mas o uso inadequado pode causar manchas
claras ou deixar cicatrizes. Por isso, é importante consultar um profissional
habilitado.
São lesões causadas pela exposição contínua ao sol, devido ao
efeito da radiação ultravioleta na pele. Atinge mais comumente pessoas de pele
clara e de idade avançada, entretanto podem aparecer em indivíduos de
meia-idade. São lesões consideradas pré-malignas, pois podem eventualmente
transformar-se em câncer.
Apresentam-se com aspecto variado, podendo ser avermelhadas,
descamativas, de cor escura, elevadas, rugosas, com regiões ásperas,
endurecidas. Aparecem principalmente na face, no couro cabeludo (homens
carecas), braços e mãos. Quando há transformação em câncer, podem ficar mais
elevadas, vermelhas em sua base e apresentar sangramento.
Essas manchas devem ser tratadas devido à possibilidade de
transformação maligna. O tratamento pode ser feito por cauterização,
eletrocoagulação ou criocirurgia.
As micoses ou tineas são infecções da pele causadas por
fungos. A doença ocorre quando esses microorganismos encontram condições
favoráveis ao seu crescimento: calor, umidade, baixa imunidade. Existem vários
tipos, sendo os mais comuns:
• Tinea do corpo: são lesões arredondadas, com bordas
avermelhadas, acompanhadas de coceira intensa.
• Tinea da cabeça: ocorre mais em crianças, como lesões arredondadas no couro cabeludo, com falhas no cabelo, sendo muito contagiosa.
• Tinea interdigital (frieira): caracteriza-se por descamação, fissura e coceira entre os dedos do pé. Seu aparecimento é favorecido pelo uso constante de sapatos fechados.
• Pitiríase versicolor: manchas claras, arredondadas e com descamação fina, ocorrendo principalmente em regiões de grande oleosidade como o tronco, a face, o pescoço e o couro cabeludo.
• Tinea da cabeça: ocorre mais em crianças, como lesões arredondadas no couro cabeludo, com falhas no cabelo, sendo muito contagiosa.
• Tinea interdigital (frieira): caracteriza-se por descamação, fissura e coceira entre os dedos do pé. Seu aparecimento é favorecido pelo uso constante de sapatos fechados.
• Pitiríase versicolor: manchas claras, arredondadas e com descamação fina, ocorrendo principalmente em regiões de grande oleosidade como o tronco, a face, o pescoço e o couro cabeludo.
O tratamento deve ser indicado por um dermatologista e
depende do tipo de micose. Os medicamentos usados podem ser na forma de cremes,
loções, talcos ou comprimidos. Importante ressaltar que o tratamento é sempre
prolongado, não devendo ser interrompido assim que a lesão desaparecer.
A prevenção é importante, devendo ser observados os seguintes
pontos:
• lavar e secar bem as regiões de dobras da pele, como
axilas, virilha e entre os dedos;
• evitar o uso de roupas molhadas;
• não usar objetos pessoais e roupas íntimas de outras pessoas;
• não andar descalço em pisos constantemente úmidos;
• usar material de manicure próprio ou esterilizado;
• evitar uso de sapatos fechados por longos períodos;
• evitar roupas justas e quentes, especialmente de tecidos sintéticos.
• evitar o uso de roupas molhadas;
• não usar objetos pessoais e roupas íntimas de outras pessoas;
• não andar descalço em pisos constantemente úmidos;
• usar material de manicure próprio ou esterilizado;
• evitar uso de sapatos fechados por longos períodos;
• evitar roupas justas e quentes, especialmente de tecidos sintéticos.
Essa é a grande preocupação das pessoas, especialmente
daqueles indivíduos de pele mais clara. Esse é o tipo mais freqüente de câncer,
entretanto quando detectado precocemente apresenta grandes chances de cura.
Os principais fatores de risco relacionados ao
desenvolvimento do câncer de pele são: exposição a arsênico, a radiação
ionizante, processos irritativos crônicos, alguns tipos de doenças e
principalmente a exposição aos raios ultravioletas do sol. Aparece mais
comumente em indivíduos com mais de 40 anos, de pele clara, sensível à ação dos
raios solares ou portadores de doenças de pele prévias. As pessoas negras
apresentam câncer de pele nas palmas das mãos e nas plantas dos pés.
Existem basicamente três tipos de câncer de pele:
• Carcinoma Basocelular: é o câncer de pele mais freqüente, e
felizmente o menos agressivo, já que apresenta, na grande maioria das vezes,
crescimento lento e não dissemina para os outros órgãos do corpo. É mais
freqüente após os 40 anos de idade e apresenta relação direta com a exposição
cumulativa ao sol. Aparece principalmente na face, iniciando-se como lesão
consistente, pequena, rosa ou translúcida (perolado), lisa e brilhante. Pode
formar uma ferida ou apresentar sangramento, com conseqüente formação de uma
casca que o recobre. Em raros casos pode assumir uma característica mais
agressiva e invadir os tecidos abaixo dele. Deve ser tratado cirurgicamente na
maioria das vezes, mas alternativas são a criocirurgia, a cauterização química
ou a radioterapia. O tratamento precoce leva à cura na maioria das vezes.
• Carcinoma Espinocelular: é um tumor maligno que pode surgir
em regiões sadias da pele ou previamente acometidas por algum processo crônico
(cicatrizes de queimaduras antigas, feridas, lesões por exposição ao sol).
Apresenta um crescimento mais rápido que o basocelular, atingindo a pele e as
mucosas e, se não tratado precocemente, pode disseminar para outros órgãos. São
lesões inicialmente pequenas, endurecidas, com crescimento rápido, podendo
formar lesões elevadas e vegetantes ("em couve-flor"), sendo freqüente a
formação de feridas e o sangramento. Acomete principalmente a face e os membros
superiores. O tratamento é cirúrgico com retirada completa da lesão, devendo ser
realizado o mais precocemente possível.
• Melanoma Maligno: é o de pior prognóstico, já que seu
potencial de disseminar para outros órgãos é muito grande. Pode originar-se de
áreas de pele sadia ou então com lesões pré-existentes (nevos melanocíticos e
outras). É mais freqüente em pessoas de pele clara e pode surgir em áreas não
expostas ao sol, embora seja mais freqüente naquelas expostas. A lesão inicia-se
como mancha escura que aumenta de tamanho, apresenta alteração de coloração,
surgimento de pontos pigmentados próximos à lesão, formação de ferida,
sangramento, coceira ou sinais de inflamação. Quando a lesão começa a ficar
elevada significa que o melanoma está crescendo em profundidade também, e quanto
mais profundo, mais grave é a doença. O tratamento é eminentemente cirúrgico e
deve ser realizado o mais precocemente possível, já que quando esse câncer
dissemina para outros órgãos é praticamente incurável.
Vemos, portanto, a importância do diagnóstico precoce, por
isso, caso apresente alguma lesão de pele que vem apresentando mudanças de
características, procure imediatamente um dermatologista para avaliação. Outro
ponto não menos importante é a prevenção, devendo-se estar atento a:
• Usar sempre protetor solar, fator igual ou superior a 15,
reaplicando-o periodicamente a cada 30 minutos ou após mergulho ou transpiração
excessiva.
• Uso de chapéus, bonés, viseiras.
• Evite exposição ao sol no período entre 10 e 16 horas.
• Como a grande maioria dos cânceres de pele localiza-se na
face, proteja-a sempre.
• Procurar um dermatologista periodicamente para
acompanhamento, especialmente se forem notadas alterações em lesões
pré-existentes.
Lembre-se: não tenha medo e procure o dermatologista sempre
que apresentar uma lesão suspeita. O câncer de pele tem tratamento e pode ser
curado, especialmente com o diagnóstico precoce.
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